sexta-feira, 12 de março de 2010

Entrevista ao Dr. Ferry Cornet [Clínica Verde]

Grupo: Quais foram as razões que o fizeram criar esta clínica?
Dr. Ferry: Esta clínica trata os doentes através da Medicina Alternativa.
De facto, ao estudar Medicina, espero que as pessoas o façam com o intuito de ajudar as pessoas mas essas pessoas são deixadas de parte porque quando se começa a estudar Medicina, está-se um pouco isolado e não se tem contacto com elas. Por isso, no início do curso, é melhor procurar formas para que esse contacto se mantenha activo. Isto serve, também , para deixarmos os fármacos de oarte. A parte farmacológica que conhecemos são as medicinas químicas e, alguns desses produtos têm efeitos secundários e nós sabemos isso. Por exemplo, eu era 100% asmático e era particularmente arrastado de médico e tinha sempre os bolsos cheios de comprimidos. E chegou a uma altura em que já estava farto dos comprimidos e conclui que o tratamento era pior que o problema. Um dia, o meu pai pensou que eu necessitaria de fazer desporto, todos os dias. O facto é que, melhorei muito e nunca mais tomei comprimidos pelo menos, não tantos como eles queriam. Através do desporto entrei, também, em contacto com as artes marciais quando tinha 5 anos e elas baseiam-se , em grande parte, em medicina chinesa pois referem-se a meridianos e energias, tal como a medicina chinesa. E através disto, eu vi que as pessoas que praticavam artes marciais eram capazes de curar pescoços ou ombros deslocados, no local. E isto foi uma respota à minha própria doença e daí pensei que houvesse uma maneira de tratar as pessoas de uma forma mais gentil, mais natural e humana. Claramente, não podemos esquecer a controvérsia entre a Medicina Convencional e a Medicina Alternativa.
Se repararmos na Medicina em toda a sua globalidade, no passado, as pessoas utilizavam ervas e massafens para estimular, acalmar ou curar o corpo. E só depois é que, pessoas inteligentes se juntaram e colocaram estas plantas e ervas naquilo a que se chama de jardim botânico. E depois descobrimos como isolar substâncias de plantas e minerais; poderíamos colocá-las em comprimidosm transformando—os em produtos sintéticos e dá-los às pessoas. O problema é que estávamos a tirá-las do seu meio natural para um outro organismo que é o nosso e alguns ramos da Medicina Alternativa como a homeopatia defendem que as ervas medicinais, para funcionarem, precisam de estar num ambiente parecido ao seu meio natural e tudo aquilo que não é necessário, é excretado. É o nosso modo de viver.
Quando tomamos algo químico, o nosso corpo fica com toxinas que vão ser armazenadas nos tecidos conjuntivos dos órgãos. E aí há um problema pois após imensas, ficamos cheios das toxinas dos medicamentos.
O termo “alternativo” é muito relativo porque, no passado, já havia esta Medicina à base de ervas e produtos naturais.
Eu penso que essa integração, a da medicina complementar, é a resposta para problemas futuros e isto não é a minha opinião... É a opinião da UNESCO e de outras organizações ao redor do mundo porque a questão quue se põe é sobre a forma como podemos tratar as pessoas em todo o mundo e para isso precisamos de mais médicos sejam alternativos ou não para poder curar essas pessoas.

G: Portanto, pensa que num futuro próximo vai haver uma ligação entre as Medicinas Convencional e Alternativa?
D: Sem dúvida.

G: O que pensa acerca da maioria dos médicos ser contra e não reconhcer a Medicina Alternativa como meio de tratamento, principalmente em Portugal?
D: Isto tem um pano de fundo porque não é só em Portugal. Vocês estão ocupados com os vossos estudos e depois vão querer estudar Medicina e isso, garanto-vos que é bastante difícil por ser muita informação. E, para serem doutores, necessitam de se actualizar muitas horas por semana porque há sempre novas informações e que temos de saber, fundamentalmente. Mas, claramente, não é possível acompnhar todo esse fluxo de informação porque há uma vida pessoal para além da profissional: a família, os amigos, os vossos problemas... Com tanto trabalho, não vão ter tempo de olhar para fora do seu campo e interessarem-se por isso. Todos os médicos deviam estar informados e ter novas ideias porque eu não posso opinar sobre algo que não pesquisei. Por isso, quando perguntam a muitos médicos a sua opinião sobre as Medicinas Alternativas e ou recusam-se a estudar ou são evasivos porque não estudaram esse lado por causa dessa falta de tempo.

G: Eles não olham para outros campos que não os seus.
D: Exactamente. As pessoas são treinadas para fazer aquilo que façam bem e não se preocupam com mais nada. É um facto simples da vida e um risco na nossa sociedade. Especializamo-nos, demais, nas coisas, separadamente. É como uma pirâmide virada ao contrário, ou seja, assumios uma base essa base serve para construir o conhecimento. Claro que a pirâmide terá mais hispóteses de cair. Deveriam ter experiências noutras áreas e construir uma pirâmide de forma correcta, mais estável.
Trabalhei na China durante alguns anos e, essa complementaridade é muito frequente. Toso os médicos, todos, têm um estudo iguasl e só depois é que se especializam. Por exemplo, um neurologista que está numa operação e que, por acaso, tem uma dor no seu ombro. Ele é capaz de ir a correr a um médico de acupunctura para que este o livre da dor. Tudo isto está integrado.
Claro, não é possível capturar toda a natureza humana em si, numa afirmação e dizer “É isto.”. E muitos dos clientes que cá vêm e que trazem os seus raios-x dizem que os seus médicos nada encontrarm mas que, de facto, tem uma dor e isso acarreta imensos problemas. E muitos deles já foram a dois especialistas e com o seu nariz empinado dizem que nada ali existe. De facto, até podemos realizar os exames e descobir coisas chocantes que nem o cliente sabia que tinha.

G: As pessoas respondem de maneira positiva ao que se faz aqui?
D: Eu penso que sim. Eu sou da Holanda e lá temos um sistema social muito bem organizado. Quando, por exemplo, um cliente tem uma dor nas costas e não consegue o trabalhar o patrão diz-te para ires para casa até melhorares e, por vezes, ainda dão mais dinheiro para cobrir as despesas e não ter de pedir à Segurança Social. Toda a ajuda é necessária e é-ta dada, diariamente. Isto é assim porque os patrões sabem que quando damos tempo para uma pessoa se curar, essa pessoa volta mais feliz para o trabalho. As seguradoras e o Governo ajudam quem tem probelmas. Mas, estamos em Portugal e sobre os portugueses podemos dizer que são muito práticos. Se formos a ver, os médicos não encaminham os seus doentes para mim como acontece na China embora isso vá acontecer daqui a uns anos. Basicamente, os meus clientes vêm de outros clientes e eu tenho de fazer em 3 vezes o que outras fazem em 30. Em Portugal, não há cooperação nem do Estado nem dos patrões. Não é permitido ficar doente porque perdes dinheiro e trabalho. Tudo. Isto dificulta o nosso trabalho pois nós sabemos que esse cliente tem de trabalhar. Necessitamos de ser práticos e rápidos. Há imensas clínicas qiue só fazem exames e não respondem ao problema do cliente e, por isso, vemos 9 em 10 clentes cheias de diagnósticos inconclusivos.E estes exames são feitos de uma maneira que não pode ser questionada e quando é, os médicos usam a lei para os defender.

G: Tantos exames podem levar-nos a uma conclusão duvidosa.
D: Exactamente! Tirando isso, é fantástico o que se pode ver dentro de uma pessoa e fazer o diagnóstico. Contudo, muitos desses métod são prejudiciais ao organismo e nós tentamos, tanto quanto possível, evitá-los. Muitas clínicas que fazem estes exames, investiram imenso dinheiro em máquinas e necessitam de as usar. Quando chegamos lá. Somos obrigados a fazer o exames porque não nos é feita a pergunta sobre se ´w ou não necessário. Um hospital não é uma loja. Todo este material é espectacular, contudo é desnecessário.
A atitude dos médicos é a de afastamento face ao cliente. Nós vemos que, em universidades, há pessoas que querem trabaçhar com outras e que investigam imenso... Mas há poucas. E depois temos de as importar de Espanha e isto +e vergonhoso porque temos pessoas preparadas para o fazer.

G: Hoje em dia, pensa que as pessoas andam a tomar mais comprimidos do que a recorrer às Medicinas Alternativas? E, no futuro, esta situação irá manter-se?
D: Isso deve-se a razões económicas e políticas. Ainda há pessoas a utilizar a Medicina Convencional mas está a começar a haver uma necessidade cada vez maior de Medicinas Alternativas.
Neste momento, Portugal ainda está fora dos seguros e da segunrança social. Ninguém recebe dinheiro nem é ajudado. Como disse, somos capazes de trabalhar dia e noite em clínicas como estas pois o número de pessoas a recorrer é cada vez maior.

G: Qual o papel da religião no seu dia de trabalho?
D: Todo o tipo de pessoas vêm aqui: todo o tipo de classe social, religião e profissão e, aqui vejo pescadores, pessoas do Governo, de indústrias, de todo o tipo. Quando tens uma queixa, a primeira pergunta que se faz é “O que tenho?” e a seguinte é “O que posso fazer para melhorar?” e aí, nós intervimos e respondemos.

1 comentários:

Doc. Ferry Online disse...

Great work!!
Enjoyed teaching/speaking with you guys...when you have news to publish please let me know....all the best with everybody....

Ciao

Ferry